sábado, 26 de dezembro de 2015

Faça você mesmo: vela de citronela que espanta mosquitos

A vela de citronela tem grande eficiência para espantar mosquitos e ainda deixa um bom aroma no ambiente doméstico

Mosquitos, moscas, borrachudos, mutucas, pernilongos, entre outros, são insetos que têm em comum a incrível capacidade de “zumbir” em nossos ouvidos e formarem bolas de inchaço nas partes do nosso corpo que sofrem com suas picadas. Como solução para evitar esses inconvenientes, muitas pessoas utilizam inseticidas, repelentes e dedetizadores. No entanto, esses químicos são muito nocivos para a saúde e para o meio ambiente. Eles, inclusive, contribuem para que haja uma poluição interna da casa pior que a própria poluição externa (veja maisaqui).
 Para substituir esses produtos tóxicos, experimente fazer uma vela de citronela. Isso porque ela possui a mesma eficiência dos tradicionais químicos nocivos, é natural e ainda deixa um cheiro agradável em sua residência.
A citronela é uma planta aromática que não é tóxica e é conhecida por ser um repelente natural por conta do seu aroma cítrico e forte. A partir do caule e das folhas, é possível extrair os óleos que contêm tais propriedades. Muito utilizada em cachoeiras para manter os mosquitos longe, o óleo de citronela pode ser misturado com outros aromas naturais, como eucalipto ou óleos essenciais de canela.
Confira abaixo o passo-a-passo para criar a sua vela de citronela:
Ingredientes
-Flocos de cera (pode ser comprado em loja de artesanato);
-Um par de hashi;
-Frascos de conserva;
-Pavios de vela;
-Óleo de citronela;
-Duas panelas ou uma double boiler;
-Cola quente ou fita adesiva.

Procedimento
1. Selecione os frascos de conserva em que você irá colocar as velas de citronela. Depois, insira o pavio da vela no fundo de cada frasco, prendendo-o com a ajuda de uma fita ou cola quente;
2. Depois que os pavios estiverem afixados, mantenha os frascos no interior do forno, com a temperatura mínima até que a cera esteja pronta para ser introduzida neles. Frascos quentes vão assegurar que a cera arrefece de maneira uniforme e prevenirão qualquer contratempo que possa surgir, devido à alta temperatura da cera, quando ela for introduzida nos frascos;
3. A cera em flocos perde muito do seu volume quando esquentada e transmutada para a forma sólida. Portanto, separe cerca de duas xícaras do produto para cada vela que você irá criar (como a cera em flocos perde cerca da metade do volume quando se torna sólida, adicione uma quantidade maior do produto, caso haja a utilização de um frasco muito grande);
4. A tarefa agora é derreter a cera. Para isso, use uma panela double boiler (como na foto abaixo) ou use a técnica de banho maria, utilizando duas panelas. Na de baixo, coloque apenas água. Na de cima, insira os flocos de cera e um pouco de água. Em seguida, é só ligar o fogo para iniciar o processo;
5. Acrescente cerca de três gotas de óleo de citronela para cada xícara de floco de cera presente na mistura;
6. Após o derretimento completo da cera, despeje a mistura nos frascos (para fazer ceras coloridas, como no caso da azul abaixo, insira pedaço de giz de cera no momento do derretimento dos flocos de cera). Para evitar submergir os pavios, prenda-os com os hashi, para que se mantenham centrados;
7. Uma vez que as velas tenham arrefecido, corte os pavios em cerca de um centímetro ou menos a partir da superfície da vela;
8. Depois de seguir esses passos, sua vela de citronela está pronta; agora é só escolher um lugar para colocar e acendê-las. O visual fica legal, o aroma também e os mosquitos somem!
Imagens: Made+Remade              Via: Ecycle

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Sacos de cimento vazios são reaproveitados na produção de móveis

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Há quatro anos, o artista plástico e moveleiro Alexandre Toscano soube do problema com o descarte de sacos de cimento: apesar de serem de papel e altamente resistentes, não são reciclados, já que o custo para retirar o pó de cimento impregnado na fibra seria alto demais.
Alexandre iniciou as pesquisas do projeto Vem da Serra triturando os sacos, fazendo misturas diversas. Alguns testes deram errado, outros foram indicando o caminho e chegou-se a um material que é inovador, super resistente e denso, que possui um aspecto diferenciado e bom acabamento. O Ecomármore pode ser usado para confecção de tampos de mesa, quadros, bancos, painéis e outras superfícies em movelaria.
Em sua preparação é usado um percentual significativo de sacos de cimento, mas também são adicionados outros materiais e resíduos, tanto para a massa, como para o acabamento 'artístico' das peças. A estrutura de ferro ou madeira de reflorestamento é hoje feita de forma terceirizada por pequenos produtores locais.
A produção dos móveis com ecomármore que começou no quintal, agora já tem um endereço próprio. O espaço em casa ficou pequeno, depois que Alexandre recebeu apoio da Faperj para pesquisa e aquisição de mais ferramentas.
No mesmo espaço em que já está funcionando a oficina, será inaugurada no final de novembro a loja VEM DA SERRA.
Além do apoio atual da Faperj, Alexandre Toscano vem fazendo parcerias com o Senai Design desde 2013 e já expôs em várias mostras de movelaria e design, incluindo a exposição Rio + Design, realizada na última semana no Jockey Clube do Rio de Janeiro.

GALERIA DE FOTOS (clique na imagem para ampliar)

  
Fonte: EcoD

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Guia: Reutilize materiais de demolição

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A sustentabilidade a cada dia que passa vem ganhando mais espaço nos projetos arquitetônicos. E dentro desta tendência, uma boa dica é reutilizar materiais. Se você gosta de misturar estilos e de investir em algumas peças marcantes, os materiais de demolição podem ser uma ótima opção.
Reutilizar é uma ótima maneira de não apagar as coisas boas do local. É transformar lembranças incríveis que levamos na memória, em decoração.
O mais legal é que além da reutilização criar belas peças, que mistura o moderno com o rústico, você utiliza um material sustentável, amigo do meio ambiente.
Conheça ideias incríveis de transformação. Materiais que iriam certamente para o lixo, podem fazer parte de sua casa.
Versatilidade das portas
As portas podem ser reutilizadas sem precisar de muito trabalho. Elas são capazes de virar desde painéis até mesas, mantendo suas características passadas. Nada de pintura e restauração, a beleza está no rústico.
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Janelas encantadas
As janelas velhas podem voltar para as paredes de sua casa. Dessa vez como decoração. Painéis e espelhos fazem parte das ideias criativas de reutilização.
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Azulejos coloridos
Depois de reformar ou construir sempre sobra uns azulejinhos que ficam lá juntando poeira. Eles podem ser reutilizados desde inteiros até quebrados. Nada de jogar azulejos no lixo, eles podem virar belas peças utilitárias.
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Blocos de cimento e tijolos
Um dos materiais mais utilizados nas construções são os blocos de cimento e os tijolos. E eles sempre acabam sobrando. Para aqueles que tem criatividade e boa vontade, a sobra pode se transformar em morada para passarinhos e peças de decoração. 
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segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Faça você mesmo: luminária retrô a partir de cafeteira italiana

Aprenda o passo a passo para fazer uma linda luminária retrô a partir de uma cafeteira italiana

Você gosta de café? Então é provável que você tenha uma "cafeteira italiana" em casa. A empresa que inventou o modelo é a Bialetti, que desde o início dos anos 1950 fabricou mais de 200 milhões dessas simpáticas cafeteiras (saiba mais sobre os efeitos terapêuticos e os riscos da cafeína aqui).


Com a popularização das cafeteiras automáticas, muitas pessoas aposentaram suas cafeteiras italianas pela praticidade dos novos modelos. A antiga cafeteira não possui dezenas de opções como as atuais, mas certamente fornece uma boa xícara de café forte.


Se você deseja dar uma nova utilidade para essa belezinha, aprenda a seguir como realizar o upcycle de sua cafeteira para transformá-la em uma linda luminária de aparência retrô. O passo a passo é relativamente simples, e a única etapa mais complicada é a perfuração com a broca. Se você não tiver o aparelho, pode pedir em uma marcenaria do bairro para que alguém faça os furos pra você.


Materiais


• 1 cafeteira italiana;
• 1 régua;
• 1 parafuso longo com arruela e porca;
• 2 cm de tubo roscado com duas porcas;
• 1 suporte para lâmpada com cabo, interruptor e plugue de tomada normalmente são vendidos em um kit, mas você pode comprar separadamente);
• 1 marcador;
• 1 broca elétrica.


Procedimento

Para a luminária, você utilizará a base e o filtro. Na base, você marcará dez pontos para os lugares em que serão feitos os furos (oito para a passagem de luz, 1 para o cabo e 1 para o parafuso). Após a perfuração, passe o parafuso longo pelo centro da base de sua cafeteira e encaixe no tubo do filtro, prendendo bem com a porca. Passe o cabo pelo meio do tubo roscado e nele aparafuse o suporte da lâmpada. Encaixe o tubo no furo específico e fixe com a porca. Depois disso, é só encaixar a lâmpada e finalizar fixando o interruptor e o plugue no cabo.

Confira o passo a passo em vídeo a seguir (em espanhol):

Mas se você sentiu saudade de sua cafeteira e quer voltar a usá-la, confira no vídeo a seguir algumas dicas para preparar um delicioso café (só não tenha saudade depois de já ter feito os furos na base):

Fonte: Upcycle Dzine      Via: Ecycle

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Faça você mesmo: dois tipos artesanais de porta-joias

A ostentação não pode parar. Menos ainda quando você pode ostentar algo feito por você mesmo!

Imagem: Gallery Hip

Você provavelmente tem algum conhecido que adora uns braceletes, umas pulseirinhas da paz, usa colares diferentes todos os dias ou correntinhas do fluxo. Sua namorada pode adorar brincos ou o seu namorado acha o estilo do Thiaguinho maneiro. Enfim, seja lá qual for o caso de aficionado por joias, eles sempre querem mais e querem lugar para guardar. É chique a ideia de uma caixinha de jóias, tipo aquelas de livros do sir Arthur Conan Doyle, que desaparecem misteriosamente, mas convenhamos que não é lá muito prático.

Mostraremos dois modos perfeitos para eles e para você que quer economizar no presente e ainda dar algo com muito mais valor do que material. Cara, sua vó iria adorar uma coisa dessas. Quando foi a última vez que você deu um presente para a sua avó? Reflita!

Os materiais para os dois tipos de porta-joias que mostraremos a seguir podem ser encontrados facilmente nas lojas de R$ 1,99 perto de você (não existem lojas de R$ 1,99 onde você mora? Que lugar mais triste, cinza e sem vida).

1. Uma pratada preciosa

Para quem tem muitos brincos, anéis e braceletes ou pulseiras, um dos mais simples porta-joias que existe é esse suporte feito com um prato, que você pode estilizar do jeito que quiser ou procurar um bem diferente em lojas antigas ou bazares por precinhos bem camaradas, e uma estatueta. É só inventar coisas temáticas para seja lá quem você for dar o presente. Um boneco do Star Wars para a amiga nerd ou uma estatueta de santo ou anjo para… Bem, só imagino isso para sua avó mesmo. O importante é ser criativo. Escolhido qual prato e o ornamento, é só colá-lo no centro do prato usando cola de artesão e voilá. Mais simples impossível.

2. O quadro mais valioso

Esse faça você mesmo é bem legal: para fazê-lo, primeiro encontre uma moldura e coloque dentro dela uma fina placa de cortiça (não sabe o que é cortiça? Já viu o quadro de avisos da firma ou do escritório, onde fica aquele "papelão" marrom, todo espetado com avisos da confraternização dos colaboradores de fim de ano? Pois então, é aquele "papelão" que não é papelão. Entendeu? Claro que entendeu!). Para dar um ar de luxo ao presente, cubra a cortiça com algum tecido a gosto e use alfinetes para pendurar os colares e brincos (confira imagem no início da matéria). Pronto, agora você também pode vender a sua arte na praia!

Fonte: Grist.org      Via: eCycle

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Aprenda a fazer sabão com óleo de cozinha usado

Equipe eCycle fez o teste e apresenta para você o melhor modo de produzir um sabão sustentável

Essa receita de sabão é de alta qualidade, livre de química nociva e mais amigável ao meio ambiente. Você já deve saber que o óleo de cozinha usado não pode ser despejado na pia (causa entupimento) e nem descartado de forma incorreta. É bem provável que alguém já tenha te contado alguma história sobre a possibilidade de fazer sabão com óleo usado, mas você já tentou realizar a experiência?
Existem inúmeras receitas de sabão caseiro espalhadas pela internet, mas estudos realizados comprovaram que a maioria utiliza soda cáustica em excesso e isso é extremamente perigoso devido a alguns motivos:
• A substância é prejudicial à saúde devido às suas propriedades corrosivas e desidratantes, sendo muito agressiva à pele, que fica ressecada, pode apresentar rachaduras e até hipersensibilidade e inflamações;
• Ela prejudica também o meio ambiente, pois aumenta muito o pH do esgoto doméstico que, dependendo da sua destinação, vai desequilibrar o pH dos rios e lagos, interferindo em todo o ecossistema;
• O excesso de soda pode destruir os tecidos e roupas durante a lavagem, diminuindo sua vida útil;
Mas se a soda é tão nociva, por que a utilizamos no processo de produção do sabão caseiro?
O caráter prejudicial da soda cáustica está no contato com a pele e olhos, e no uso ou descarte direto no meio ambiente ou esgoto. Porém, ao utilizá-la para fazer o sabão, sua reação com o óleo de cozinha vai transformar esses dois ingredientes em outros produtos, que são o próprio sabão e a glicerina. Se você tiver o cuidado de usar as quantidades necessárias descritas na receita a seguir, não haverá excesso de nenhum ingrediente no produto final. Dessa forma, a receita de sabão produzirá o menor impacto ambiental possível, porque embora o sabão seja biodegradável, ou seja, é decomposto por micro-organismos presentes na natureza, não significa que não tenha impacto ambiental, e o que buscamos aqui é ter uma pegada mais leve, com o menor impacto possível ao meio ambiente, já que precisamos do sabão para as nossas necessidades diárias de limpeza.
A equipe eCycle pesquisou e testou algumas receitas, omando todo o cuidado para chegar numa fórmula final que contivesse somente as quantidades estritamente necessárias de cada componente. Assim, seria possível atingir um produto final com boa qualidade e com o pH mais próximo possível da neutralidade. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determina que o pH máximo dos sabões deve ser até 11,5, mas muitas das receitas estudadas apresentaram pH bem superior a esse.
A fórmula apresentada abaixo foi a que apresentou melhor resultado. É extremamente importante usar as proporções descritas a seguir. Para você fazer o seu próprio sabão em barra, os ingredientes e os materiais necessários são:

Ingredientes

  • 1 quilo de óleo de cozinha usado;
  • 140 mililitros de água;
  • 135 gramas de soda cáustica em escamas (concentração superior a 95%);
  • 25 mililitros de álcool (opcional).

Extras (opcionais)

  • 30 gramas de aromatizantes (preferencialmente óleos essenciais sem parabenos e ftalatos na composição).
  • 10 gramas de conservante alecrim em pó (saiba onde encontrar aqui).

Materiais

  • Recipientes para o molde do sabão (formas específicas, bandejas de plástico ou embalagens longa vida);
  • 1 colher de pau;
  • 1 par de luvas para lavar louças;
  • 1 máscara descartável;
  • óculos de proteção;
  • 1 balde.

Modo de preparo

Em primeiro lugar, coloque os óculos de proteção, as luvas e a máscara. A soda cáustica é altamente corrosiva e deve ser manuseada com muito cuidado. Vamos ao passo-a-passo:
1. Esquente a água até que ela fique morna (em torno de 40°C). Feito isso, despeje-a no balde e coloque a soda cáustica lentamente e em pequenas porções no mesmo recipiente, misturando sempre a cada adição. Nunca adicione água fria sobre a soda! A ordem dos ingredientes também deve ser respeitada: colocar soda sobre a água, e nunca a água sobre a soda - isso provocar uma reação forte e causar acidentes. É super importante utilizar um balde ou recipiente plástico de material grosso e resistente, e nunca utilizar garrafas PET para fazer a diluição da soda, pois elas não suportam a temperatura que a reação atinge, podendo romper e vazar esse material extremamente corrosivo.
Mexa com a colher de pau até diluir completamente a soda, de modo que não haja mais escamas. Atenção: não utilize recipientes de alumínio descartável em conjunto com a soda cáustica e certifique-se de que eles sejam suficientemente altos, pois essa dissolução pode efervescer e causar espuma.
2. Depois de retirar as impurezas do óleo (é possível fazer isso com uma peneira), esquente-o um pouco (a uma temperatura de 40°C) e adicione-o ao balde que será utilizado para colocar todos os demais ingredientes. Em seguida, insira a soda bem lentamente, em pequenas porções e misturando continuamente. Esse cuidado aumenta a sua segurança, pois a reação com a soda cáustica libera muito calor, além de produzir um sabão de boa qualidade - se você colocar a soda de uma única vez ou muito rápido sem a agitação adequada, o sabão pode empelotar e ficará difícil reverter isso. 
3. Misture somente o óleo e a soda por cerca de 20 minutos. A consistência final ideal deve ser parecida com a do leite condensado. É necessário respeitar esse tempo de mistura para que haja a reação entre óleo e a soda.
4. Após esse tempo de mistura, tem início o momento ideal para adicionar os demais ingredientes. Coloque o aromatizante e conservante (caso queira). Misture bem até que esses ingredientes se incorporem plemamente à mistura. 
5. Caso a massa final de sabão esteja muito líquida, insira o álcool lentamente e mexa bem por dez minutos para que a mistura não empelote. Nessa etapa, a massa de sabão ganhará consistência rapidamente. É recomendável que a forma em que será colocado sabão já esteja preparada e próxima. 
A sua “gororoba” vai ficar desse jeito: 

Agora é só despejar na bandeja de plástico... 

...e aguardar dois dias, que ela ficará assim: 

Pronto! Agora é só cortar e você terá pedaços de sabão para usar no seu dia a dia. Recomenda-se, ainda, deixar em processo de cura por mais 15 dias, de preferência em um recipiente opaco, que fique num lugar fresco e sob abrigo do Sol. Esse processo visa garantir a reação completa da soda cáustica, além de permitir ao sabão perder a umidade excessiva. Esse tempo poderá variar de acordo com as condições climáticas locais. Exemplo: se o clima estiver mais chuvoso, pode ser que sejam necessários mais dias; ocorre o contrário caso o tempo esteja mais seco.
Finalizado o processo de cura, é possível medir o pH do sabão. Utilize um papel tornassol, ou ainda, faça você mesmo um medidor de pH caseiro (saiba como aqui).

Entenda mais sobre os ingredientes da fórmula

• Soda cáustica
Na fabricação do sabão, há uma preocupação acerca da soda cáustica, pois ela é muito corrosiva e teme-se que ela possa ser prejudicial à saúde e ao meio ambiente. Realmente seu uso requer muita atenção e alguns cuidados, já que seu contato com pele e mucosas (inalação) pode causar queimaduras. Caso algum acidente ocorra, é importante lavar a região com água corrente fria por 15 minutos.
Após a reação de saponificação com os óleos, durante o chamado tempo de cura, a soda vai perdendo a alcalinidade, ou seja, seu pH vai baixando, pois os álcalis reagem com os óleos e se transformam no sabão (entenda mais sobre o sabão em barra aqui). Portanto é preciso ficar atento e utilizar exatamente as quantidades recomendadas de soda para que a substância não sobre na mistura e falte óleo para ela reagir, deixando o seu produto final excessivamente alcalino. Isso pode torná-lo mais agressivo às suas mãos, além de modificar o pH do esgoto, que pode ser prejudicial ao meio ambiente, como já dito anteriormente.
Em muitos relatos de receitas que usam excesso de soda na fabricação do sabão, percebe-se que, com o passar dos dias, o sabão vai branqueando. Isso se deve ao acúmulo da soda que não reagiu e que, ao reagir com o ar, forma carbonato de sódio, que é branco, e pode causar desidratação e reações alérgicas em contato com a pele. Por isso, muitas pessoas reclamam do sabão caseiro dizendo que é agressivo à pele. Mas, como visto, o problema não está no sabão, e sim na quantidade de soda usada.
Um clareamento gradual da massa de sabão durante o processo de cura é normal, mas sua cor final não será branca. E lembre-se, esta receita de sabão não deve ser utilizada para fins cosméticos. Para limpeza geral, é recomendado o uso de luvas devido à sua alcalinidade intrínseca.
• Álcool
A sua adição ocorre porque a solubilização do óleo é melhor no álcool do que em água e assim o endurecimento do sabão se torna mais rápido. Esse ingrediente pode ser dispensável caso você note que, ao fim dos 20 minutos de agitação, a massa de sabão já tem uma consistência adequada para ser colocada na forma.
• Conservantes
Existem dois problemas a serem considerados na deterioração de óleos e gorduras: a rancificação e a contaminação por bactérias e outros micro-organismos.
Os óleos, em geral, sofrem de um problema que se chama rancificação, que é a deterioração da gordura, evidenciada pelo seu cheiro característico de óleo/gordura estragado. Esse problema aumenta com o tempo de estocagem, da presença de luz e pelo seu contato com o ar, mais especificamente com o oxigênio, que causa a auto-oxidação das gorduras, responsável por esses defeitos.
Para minimizar esse problema você pode:
-Fazer seu sabão em pequenas quantidades. Produtos naturais feitos em casa não terão a mesma durabilidade dos comercializados pela indústria.  Armazená-lo em longos períodos aumentará as chances de problemas como os citados ocorrerem.
-Armazenar seu sabão em embalagens a vácuo ou em potes hermeticamente fechados. Isso diminui a exposição do produto ao oxigênio;
-Armazenar em recipientes escuros ou em embalagens opacas para mantê-los longe dos efeitos nocivos dos raios solares;
-Armazenar na geladeira, diminuindo a velocidade de deterioração;
-Adicionar conservantes naturais ao seu sabão, tais como o pó de alecrim (caso queira, você pode fazer misturar pó de alecrim na água de diluição da soda para que haja efeito conservante. Mas é preciso verificar se o volume final vai ser de 140 ml mesmo, já que a água evapora no preparo).

• Corantes e essências
A adição de corantes e essências depende do seu uso
  1. Corantes
  • A adição de corantes é não é primordial, já que não traz nenhum benefício para a performance do produto. Trata-se de uma questão estética;
  • Caso você realmente deseje adicionar cor ao seu sabão, prefira os corantes naturais.
  • Os corantes alimentícios não são uma boa opção, mesmo os naturais, já que não possuem uma boa estabilidade no meio alcalino do sabão, e portanto a cor final não será a mesma da desejada;
  • As argilas são uma ótima opção para colorir os sabões, proporcionando uma cor opaca e permanente, com a opção de grande variedade, além de serem naturais. Saiba onde comprar aqui
  • Se for usar o sabão para lavar roupas, não adicione os corantes, pois podem manchar as peças brancas.
2. Aromatizantes
  • Seu uso é oportuno para neutralizar o cheiro do óleo já usado;
  • Evitar o uso de essências sintéticas que contém parabenos e ftalatos, prejudiciais à saúde e ao meio ambiente;
  • Uma alternativa é o uso de fragrâncias isentas de ftalatos. Saiba onde comprar aqui;
  • Pode-se também usar as essências aromáticas na água de diluição da soda, lembrando sempre de respeitar a quantidade indicada de 135 mL. Porém, elas não produzirão aroma intenso, seu efeito é mais para neutralizar o cheiro característico do óleo de cozinha. Saiba como fazer sua essência aromática aqui;
  • Uma outra opção é a adição do amaciante de roupas, porém fará com que seu sabão perca sustentabilidade;
  • Para lavar pratos, não são necessários os aromatizantes;
  • Uma boa opção é fazer uso do pó alecrim - além de aromatiza, ele possui ação conservante sobre o sabão.
Obs: a exemplo de todo e qualquer produto de limpeza, mantenha fora do alcance de crianças.
Se você não quiser ou puder fazer o seu próprio sabão, procure postos que recebem óleo usado na seção Postos de Reciclagem da eCycle.

Fotos: Diego Menezes Via: Ecycle